Dia do Orgulho LGBT
Em Nova York, EUA, no dia 28 de junho do ano de 1969, o bar Stonewall-Inn foi local de mais uma arbitrariedade policial – mais uma vez sob a alegação de falta de licença para a venda de bebidas policias tentavam extorquir a população LGBT, porém, nesta noite xs mais “espalhafatosxs” seriam alvo da arbitrariedade e repressão maior para intimidar os resistentes. Assim todas as travestis e transformistas que se encontravam no bar foram presas e empurradas para dentro da viatura. Além delas, um barman e um outro funcionário, sob um coro de vaias da multidão. Mas, ao contrário das outras vezes, as pessoas resolveram resistir em solidariedade com os presos. O clima foi ficando cada vez mais tenso. Gays e lésbicas de um lado, os polícias do outro e as travestis e transformistas presos. Relatos expõem que latas e garrafas de cerveja começaram a ser atiradas em direção às janelas e uma chuva de moedas foi lançada sobre os polícias. Este fato se estendeu por dois dias de confrontos intensos, até que então a polícia desistiu.
Observem o motivo deste dia do orgulho:
A partir daquele dia, aqueles gays, lésbicas, travestis e as pessoas trans perceberam que nunca iriam ser aceitxs pela sociedade se ficassem apenas à espera e à depender da boa vontade da sociedade. A rebelião mostrou que a atitude, que deveria ser tomada, era a do enfrentamento. O discurso mudou. Nada mais de pedir para ser aceitx: era preciso exigir RESPEITO.
Esta data fica na história do movimento LGBT como o dia do Orgulho desta comunidade, motivando assim, o início das Paradas e Marchas pelo mundo inteiro.
Desde 1980 existem registros no Brasil de passeatas e manifestações de rua de grupos homossexuais protestando contra a homofobia. Foi em 1995, em Curitiba, a primeira Parada LGBT brasileira no estilo internacional. Com carros alegóricos, decorações com a visibilidade maior às bandeiras de luta como a do arco-íris (símbolo da diversidade referendada pelo movimento LGTB). Em 1996, ocorreu a primeira Parada LGBT do Rio de Janeiro com 3,5 mil participantes. Já em 1997, a Parada de São Paulo, originalmente, com 5 mil participantes.
O orgulho e direito à livre orientação sexual e ao respeito à Identidade de Gênero é um direito inalienável de todo ser humano. Seja esta orientação homossexual, bissexual ou heterossexual. Seja sua condição de gênero cis, trans ou travesti – ser LGBT não é doença: o Conselho Federal de Medicina (desde 1985), a Organização Mundial da Saúde (desde 1993) e o Conselho Federal de Psicologia (desde 1999) excluíram a homossexualidade da classificação de doenças. Ser LGBT não é mais crime e a discriminação, sim, é proibida pela Constituição Federal.
A autoestima e afirmação indenitária são fundamentais para que os LGBT’s conquistem igualdade de direitos, e o seu orgulho e reivindicação não sejam vistos como privilégios e sim, como a conquista de sermos tratados como seres humanos, assim como temos os mesmos direitos e deveres dos demais cidadãos. Para que todos dias do ano sejam o Dia do Orgulho LGBT.
Tathiane Araújo
Presidente da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil.
28/06/2018