Após dois dias intensos de atividades educativas e trocas de experiências e vivências, tanto a equipe do projeto Oportunizar quanto os palestrantes convidados concordaram em uma coisa: a oficina de formação em advocacy realizada na cidade de Aracaju (SE) foi um verdadeiro sucesso. Ao final da programação, em reunião para avaliar os produtos e resultados, todos os agentes e a coordenação do projeto expressaram grande satisfação em conhecer uns aos outros pessoalmente e trabalhar juntos – já que as reuniões regulares acontecem semanalmente através de videochamadas, desde maio.
Produção de vídeos e material gráfico
Na quinta-feira (19/08), primeiro dia da oficina, os dez educadores do Oportunizar foram divididos em dois times: um para produzir e gravar vídeos educativos e outro para compor os textos dos materiais gráficos de suporte. “A troca de ideias entre pessoas tão diferentes, de diversos lugares do país, foi tão rica que o processo acabou encontrando um caminho por si só e cada um pôde contribuir com uma parte”, disse Eduardo Lins, assessor de comunicação do projeto, que conduziu a oficina de vídeos. “Foi emocionante ver o engajamento e a desenvoltura daquele grupo”, ele conclui.
Em uma tarde, os dois times conseguiram gravar dez vídeos e esboçar layout e textos para um zine e uma cartilha (um para o público trans e a outra para instituições e empresas). Nas próximas semanas, a equipe continuará trabalhando em reuniões virtuais para finalizar esses conteúdos. Os vídeos serão posteriormente editados e finalizados para publicação no site do projeto e redes sociais da Rede Trans Brasil. Os materiais gráficos serão revisados para diagramação e impressão e distribuídos durante as ações dos educadores em suas respectivas cidades.
Painéis de debates sobre advocacy
O dia seguinte (20/08), ficou reservado para os painéis de debates. Marina Reidel, diretora nacional de política LGBT do Ministério da Família, Mulheres e Direitos Humanos, abriu a programação expondo o atual cenário de exclusão social em que se encontra a maioria das pessoas trans e travestis. Em seguida, Washington Dias, membro da Rede Afro LGBT, trouxe o conceito de advocacy, suas práticas e importância para os movimentos sociais.
Pela tarde, Dino Alves, diretor executivo do grupo Pró-Vida Alagoas, falou das parcerias entre os atores sociais para a formação de uma rede de empregabilidade. Depois, Washington Dias apresentou seu segundo tema: estratégias de advocacy propositivo junto às gestões públicas. Fechando o ciclo de debates, Marina Reidel retornou para apresentar referências de programas e estratégias para promoção de empregabilidade em populações vulneráveis.
Os debates foram enriquecidos com depoimentos e relatos de experiências dos educadores em suas cidades, além da participação da equipe do projeto “Inclusão Arco-Íris”, executado pela ONG Astra, também promovendo ações de empregabilidade no estado de Sergipe.
Saldo mais que positivo
A oficina foi encerrada com o agradecimento aos deputados federais Denis Bezerra (CE), Lídice da Mata (BA) e Camilo Capiberibe (AP), pela sensibilidade em destinar recursos de seus mandatos pela formação e empregabilidade de pessoas trans e travestis. As placas de agradecimento foram entregues às educadoras dos respectivos estados para que elas levem aos deputados, após retornarem às suas cidades.
Para Marina Reidel, a oficina cumpriu seus objetivos. “Esse evento atingiu seu objetivo no momento em que a gente começa a discutir a questão da empregabilidade e como fazer esses acessos acontecerem de forma prática”, ressaltou ela.