Na proposta de reformulação do site elaborado nas atividades da semana da Visibilidade Trans em 2018, estamos reativando o monitoramento de casos de assassinatos de pessoas trans no Brasil.
A Rede Trans Brasil foi pioneira nesse trabalho, iniciando a contagem em 2016 após membros da sua diretoria reunirem-se no fórum social mundial em Porto Alegre – RS.
Nos dois primeiros anos o monitoramento foi realizado pelo site www.redetransbrasil.org e administração do mesmo era de exclusiva administração da diretoria através da secretaria de comunicação, já após a reformulação, o site passa a ser www.redetransbrasil.org.br e não só muda o endereço eletrônico como é proposta uma administração coletiva dos membros que operam o grupo de comunicação para melhor desenvolvimento do trabalho coletivo.
Deste modo o site ganha um maior caráter institucional e de interatividade com as outras proposições da Rede Trans Brasil tornando-se uma construção grupal.
O nosso monitoramento vem acontecendo desde 2016 com um papel também fiscalizador da atuação jurídica no caso das atuações de nossas afiliadas nos estados ou através da direção da Rede contatando aparelhos da gestão da área dos direitos humanos e da segurança publica.
A Rede Trans Brasil, foi à primeira entidade nacional a representar a população trans e colocar para a sociedade brasileira e a nível mundial a real situação do genocídio da população Trans do Brasil. De forma sucinta, traremos o primeiro balanço dos três últimos anos do numero de assassinatos das pessoas trans no país, nos primeiros trimestres de 2016, 2017 e 2018, como forma de analisar o grau de transfobia no inicio de cada ano.
Vejamos os números, somente de Janeiro, Fevereiro e Março de 2016, 2017 e 2018:
2016 | 2017 | 2018 |
Janeiro 16 | Janeiro 09 | Janeiro 12 |
Fevereiro 12 | Fevereiro 13 | Fevereiro 22 |
Março 12 | Março 16 | Março 16 |
Total 40 | Total 38 | Total 50 |
A violência teve um aumento de 25% dos assassinatos comparados com os crimes de 2017, comparado com 2016 o aumento é de 31,58% para 2018 o aumento foi de acordo com o gráfico abaixo:
A fria linguagem dos números demonstra que 2018 tem um inicio preocupante, está demonstrando ser o primeiro trimestre mais violento pra a população trans no país dos últimos três anos e também pressupõe que 2018 será um ano de truculentas batalhas pela sobrevivência desse segmento.
Ao que se observa a violência transfóbica em 2018, pode ser crescente e com números que superem os anos anteriores, pois em um ano eleitoral, há candidatos que incitem e incentivem a violência contra populações vulneráveis e a perseguição desse contingente populacional, no gráfico também é importante analisar, que os meses violentos também se alteram e se revezam como os mais violentos. Em 2016 no primeiro trimestre, o mês mais violento se apresenta no inicio do ano, em janeiro, em 2017, observa-se como mês mais violento é o terceiro do trimestre Março e em 2018 crava-se como mês mais transfóbico, Fevereiro.
Até agora a Rede Nacional de Pessoas Trans, contabiliza a morte de 60 pessoas Trans no Brasil, dados até o dia 07 de Maio de 2018.
Se o calculo fosse feito dos dias de 2018 vivenciados até agora (127 dias até o desfecho dessa matéria, 01 de Janeiro a 07 de Maio), este numero apontaria que a cada 2 dias uma pessoa trans morre no Brasil, consolidado o país como o país que mais mata a população trans o mundo.